domingo, 6 de janeiro de 2008
Neologismo à parmigiana
Hoje sem querer inventei uma palava: melincomico. E a italiana que me ouviu pronunciá-la achou graça como se eu tivesse feito poesia. Mah, quem me dera. O fato foi que na tentativa desajeitada de me comunicar queria dizer que o senhor ao nosso lado era “malinconico”, ou seja, melancólico, mas saiu melincomico e assim improvisadamente juntei melancólico com cômico – que também existe em italiano – e ganhei o título de poeta. Nesse arranjo todo quem saiu perdendo só foi mesmo o senhor que em sua nostalgia profunda no bosque da Villa Borghese, olhava fixamente uma fonte de água enquanto a italiana ao meu lado ria de sua comicidade recém batizada, que para mim, na verdade, sequer existia. Poverino!
Aqui cabe um comentário: Roberto Rosselini, o mestre do cinema neo-realista italiano, nasceu e viveu muito tempo na Villa Borghese. Uma vila de aristocráticos cujas mansões hoje são museus de arte e história. Rosselini era portanto de família nobre e muitas pessoas não sabem disso. Não sabem nem mesmo por aqui – essa informação trouxe comigo do Brasil.
Voltando ao neologismo: nomeei esse meu momento curioso de “instante errante romanesco ou a síndrome de Guimarães Rosa”
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